sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A


Eu tenho a péssima mania de tentar achar pontos divergentes entre nós dois. Gosto de traçar características suas que não combinam comigo e pensar nisso me traz uma sensação de que fiz a escolha certa.
Mas apesar disso, sinto sua falta. Sinto mesmo. E ainda mais desses pequenos detalhes que faziam da gente o casal modelo. Não que eu precisasse ser modelo pra alguém, mas era bom saber que não era só eu quem achava que éramos uma boa idéia. A combinação perfeita.
Éramos tão diferentes e hoje percebo o quanto mudamos, nos adaptamos e estamos semelhantes. Principalmente você. Você sempre foi a parte mais flexível, mais tranqüila, o que ama rasgado ou odeia pra sempre. Eu sempre ponderada com as atitudes e mais racional do que você.
E hoje, o humor bipolar e a mania de cantarolar no meu ouvido são características suas que grudaram em mim.Você me mudou de uma forma tão delicada que nem eu percebi. Quando vi, o que era você tornou-se nós. De novo e de novo.
E eu não me entendo. Não entendo minha insistência em te dizer não. A boca pronunciando coisas e o coração sentindo o contrário.
Tudo porque o superficial e o medo de te machucar (e me machucar por conseqüência) se sobrepõem a tudo. E você não tem idéia do quanto eu sofro toda vez que te nego um beijo, um abraço ou um encontro.
Não sabe o quanto é difícil pra mim também porque, assim como você, eu não consigo ser só sua amiga e, por isso, manter a distância um do outro se fez necessário.
E aquela ‘sua’ frase, vez ou outra, vem na minha cabeça: “o nosso amor está acima das coisas desse mundo.”
Quem é bobo de não acreditar, hãn?

Por: Morena

sábado, 24 de novembro de 2007

Tentativas

De todas as coisas que você já fez até hoje, eu deveria ter gostado e me derretido por todas. Mas o coração às vezes é burro. Teima não sei com o quê, porquê e logo agora?! Impedimentos que eu sei que não deviam estar em mim.
Então resolvo me desafiar, dar mais uma chance ao amor. Por mais que eu acredite que você seja um bom partido e carinhoso como mostra que é, algo mais me barra.
Escaldada pelo passado, agora o que existe não é mais medo. O sentimento é de descrença, falta alegria em viver algo novo. Sou capaz de dizer que preferia aquela velha ilusão a ter um bloco de gelo no peito.
Não gosto de me sentir pressionada a gostar, obrigação de dar satisfação não é este o "meu" momento. Talvez tenha sido fraca e obedecido aos desejos dos outros. Talvez te daria mais de mim se tivesse chegado antes (ou quem sabe daqui algum tempo) ...
Entenda que você é todo certo. Eu é que não gosto do que parece muito fácil, muito certo, muito pra mim. Peguei muitas obrigações e esta seria mais uma que não gostaria de ter que lidar, não neste momento. Porque amar não é isso. Já senti o gosto. Hoje, apesar de amargo ainda o sinto ao longe. Nostalgia sempre me trás novamente.
Nessas horas percebo que de tanto bater, meu coração parou!


"Quando eu sinto que falta algo
Que realmente eu possa amar
Viver é estar livre numa prisão
(...)
Em qual desses rios minha nau vai chegar?
Num mar de amor que, nunca irá secar
Pro meu coracão, poder se salvar da dor de estar tão só…"
Nau (Pedro Mariano)


Por: Divã-Loira
=)

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Luto

Como um sopro, ela vem e nos leva o que há de mais precioso - as pessoas que amamos.
Durante alguns dias tudo vai ser mais difícil. Mesmo que faça sol, o corpo não se aquece. Mesmo que a lua chegue, a noite não adormece.
Esperar... até que o tempo dilua os sentimentos. E então, eles passarão de tristezas a apenas boas lembranças.
Acreditar que algo mais nos espera. Que tudo isso não termina por aqui. Sentir da mais profunda forma que o sentimento pode nos tocar. Mas, não ver é o que mais dói. É a materialização da ausência... somos apenas corpos e matéria?
E se as lágrimas insistem em rolar, que seja sob forma de felicidade por ainda ter tido aquela pessoa em sua vida. Afinal, esta é a única certeza que temos, mas não dá pra acostumarmos com ela. Ser forte às vezes não é o bastante.


"A recordação da felicidade já não é felicidade;
a recordação da dor ainda é dor" - George [Lord] Byron






Por: Divã-Loira
=´(

domingo, 11 de novembro de 2007

Alguma coisa ficou pra trás


Eu não ando achando graça em ninguém. Ando sem paciência pra conversar coisas vazias. Engraçado, todos falam a mesma coisa, na mesma ordem e eu, que não sou nem um pouco paciente, sou curta e grossa.
Dizem que, se continuar assim, vou ficar sozinha pra sempre.Mas não vou sair desesperadamente só pra ter alguém. Não consigo.
E agora não sei mais aonde vou também.Tudo é tão sem graça que perco o entusiasmo antes de me vestir. O problema deve estar comigo. Odeio ficar assim, sem expectativas. Fazer coisas que eu gosto(ou gostava) anda me dando, literalmente, preguiça. Visceral. Tanto que não saio mais pra determinados lugares, prefiro ficar, pelo menos por enquanto, quieta. Ninguém entende. Eu não entendo. Nunca fui assim. Hoje não consigo mais. Perdi a fórmula. Hoje eu passo pelas pessoas e não tenho vontade de conversar com elas. E não é tristeza. Pelo contrário, estou feliz com várias coisas e pessoas.Não sei o que é. Me sinto pequena. Não quero saber se aquele moço bonito tem algo a me dizer. Não dou chance.Quando começa a ficar bacana eu paro, forço, faço algo pra me ferir e terminar. Ponto.Choro.Levanto.Sorrio dissimulada pra mim mesma.Respiro fundo.Esqueço.Finjo.E assim vou indo.Independente.Aço puro.Oca.Sem saber o que eu quero de verdade. Porque é sempre assim:escolhas. E eu já fiz tantas erradas.Tanto caminho torto que eu fiquei zonza e desisti de brincar.


Antigamente eu sabia exatamente o que fazer
Por: Morena

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Meus capítulos

Lembranças passadas, lembranças de hoje, lembranças do que ainda nem aconteceu. Às vezes somos surpreendidos por esses pensamentos. Basta passar por aquela rua em que você fez sua primeira entrevista com aquele alguém de reconhecimento nacional. Ou aquela bala que você ganhou do ciclano e guardou o papel. A música que tocou aquele dia quando você não tinha nada pra fazer e no refrão apenas sentiu a lágrima rolar. O momento em que recebeu a notícia mais importante ou mais triste da sua vida. Aquela chuva, aquele olhar, aquele sorriso, aquele jeito de andar. As pessoas que já foram importantes e insignificantes.
Rever os tempos de escola, de chamar a professora de tia, de pular elástico, jogar queimada. Das maratonas, dos retiros, do "Dia da dança". Dos quatrorze anos vividos diáriamente com pessoas que se tornaram mais do que amigos.
Fotos, retratos, imagens que não escolhemos rever. Flashes de segundos, basta um piscar de olhos, um viver. É aquele enxergar de forma diferente e não apenas olhar como olhamos todos os dias o relógio quando desperta, o computador quando pifa, o ônibus quando não pára.
Páginas viradas, muitas delas já rasgadas e perdidas. A vida não tem catálogo de momentos. Não se escolhe as lembranças como se escolhe a música que vai tocar no seu I-pod.
E se doer? Se eu chorar? E se eu gostar? E se...
E se eu viver, posso tentar ser feliz a cada dia, com cada momento e terei lembranças agradáveis. E se eu chorar vou sentir, vou me conhecer, vou me lavar a alma. E se eu gostar, vou ser eu, vou gostar do que sou.
E se eu não perguntar...


"E cada vez que eu fujo eu me aproximo mais.
E te perder de vista assim é ruim demais
E, é por isso que atravesso o teu futuro.
E faço das lembranças um lugar seguro..."
Quem de nós dois - Ana Carolina





Por Divã-Loira
=)

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Ânsia


De onde eu devo ter tirado essa mania de gostar tanto de você?Pra quê essa teimosia em revirar meu estômago e me fazer ver tudo colorido?
Eu tenho que admitir: a vida sempre mostra um jeito de queimar minha língua. Porque eu nunca repeti tanto pra mim mesma que chega. Acabou. Não quero mais. E ai você aparece e me deixa boba de novo.Queimo a língua porque você consegue deixar tudo mais colorido.
É que somos iguais: idéias, jeito e, por mais incrível que possa parecer, também temos quase a mesma idade e isso pra mim, que sempre me relacionei com homens mais velhos, é estranho. Uma das estranhezas mais bem vindas.
Porque eu agora, todo dia, acordo feliz da vida.
Vou pro estágio mais feliz ainda: nem me importo se vou ter que pegar ônibus, nesse calor infernal e ainda aturar um bando de gente mal educada.
Vou me alegrar com a sua voz dizendo boa tarde de um modo tão eufórico que eu quase ganho meu dia. Ah, porque você tem que ser tão otimista sempre? Até depois do almoço?Pode?
Pode sim. Aliás, agora você deve.
E eu fico achando lindo quando fica envergonhado ou quando ri das coisas que eu digo. Aliás, adoro ser palhaça só pra você rir, adoro ser esquecida só pra você me lembrar de coisas que, eu já cansei de saber, mas insisto em fingir que esqueci..
É tão bom te ver interessado e sentir aquele frio na barriga de novo.
Por isso não consigo olhar nos seus olhos quando ficamos muito próximos. Fico nervosa, me perco, sinto calor. Fico tentando conter meu sorriso que não consegue se conter.
Maluquice minha? Deve ser, mas eu ainda não sei se acho lindo você me oferecendo pipoca ou quando puxa papo sobre um assunto qualquer.
Não sei explicar, não sei como:mas eu fico extremamente feliz com tudo isso.
“Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa
é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão,deixa cair.
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão,
nunca vai ter nada, não” Vinícius de Moraes


Por: Morena